A Árvore da Palavra, título com o qual batizamos esse nosso projeto, que ora apresentamos os resultados que a pesquisa nos deu, teve inspiração nas africanas árvores da palavra, que não falavam, apenas escutavam. Foram feitas para ouvir todo o vilarejo que constituem as mais profundas regiões do Sahel, sul do Niger, segundo nos narra em seu livro de viagem o pesquisador Evaristo Miranda (2005). Essas árvores marcam modos de sociabilidades diversos e diferenciados de muitas etnias, nações e impérios no vasto e plural continente africano. A relação que os diversos povos africanos estabelecem com a natureza é de outra ordem: do sagrado, do espiritual, da subsistência, da devoção, do cuidado e do respeito, jamais da destruição, essa uma prática eurocêntrica e colonizadora. De tanto ver e ouvir, as árvores da palavra têm, com o passar dos anos, uma memória prodigiosa. Carregam essa força humana e as histórias da ancestralidade africana.

Fotografia, vídeo e pesquisa: Roberta Guimarães

Texto e pesquisa: Joana D’Arc Lima

Assista ao vídeo do projeto A Árvore da Palavra com as três regiões pernambucanas visitadas